É mal negócio comprar jogo nacional?
- Metelo
- 2 de dez. de 2018
- 5 min de leitura
Eu sei que no meu caso particular os jogos estarem em inglês é uma tremenda vantagem, pois abre uma gama maior de pessoas com quem posso jogá-los . Então comprar a versão brasileira dos jogos, para mim, já começa sendo uma opção pior que comprar a versão em inglês. Mesmo sendo um caso especifico, a linguagem do jogo realmente é uma questão que existe e importante, e entendo que para muitos é um valor agregado estar em português. Honestamente, eu gosto muito como a Queen fazia e a CMON faz, que coloca todas as línguas que tem na caixa do jogo, e assim resolve a questão de localização de uma vez por todas, compensando o custo pela economia em escala. Mas, como agente fala no Baseball: Strike One!
A duas semanas apresentei a questão financeira que existe em relação a compra das edições nacionais de um jogo produzido fora do país com lançamento mundial. Sendo honest, isso não das editoras, pois tem a questão do custo Brasil, volume de produção, variação cambial. Mas, apesar de tudo, infelizmente a vítima continua sendo a parte mais sensível do corpo do consumidor - o bolso. Strike Two! One more and you are Out!
No que diz respeito a qualidade, hoje muitas das editoras nacionais entregam produtos com a mesma qualidade que os produtos no USA e Europa. Claro, que isso não é necessariamente verdade para todas editoras e jogos lançados no Brasil, mas com o advento das editoras produzirem os jogos na mesma leva de produção que outras editoras internacionais fazem, naturalmente acarreta na qualidade dos jogos lançados aqui no Brasil serem idênticas a do mercado internacional. Ponto para as editoras por serem capaz de melhorar a qualidade do produto enquanto diminuem o custo por tirar proveito da economia de escala.
Na semana passada falamos sobre a questão do SAC das editoras. Baseado no feedback no post na Ludoteca, o SAC ainda é um problema, mas tem melhorado, e várias editoras, segundo o relatos, são capazes de prover um nível de atendimento similar ao das suas contrapartes americanas e européias. Novamente um ponto positivo.
Mas infelizmente, vamos chegar ao Third Strike: o atraso do lançamento dos jogos novos e interrupção dos lançamentos no meio. Infelizmente as editoras nacionais tem uma defasagem considerável em relação ao mercado internacional. Desculpe, mas não é razoável que temos de esperar um ano ou mais para pegar um jogo ou uma expansão, isso se eles efetivamente forem lançados no país. Alguns exemplos:
Onde está o TI3? Sei que virou o TI4, mas já vai para mais de ano, e ainda não chegou em terras nacionais.
Project Gaia foi sair quase um ano após o lançamento mundial
7 Wonders cities, que saiu em 2012 no resto do mundo está chegando em breve no Brasil
Star Wars Rebellion de fevereiro de 2016 no USA, foi lançado aqui só no fim de 2018.
Essa é apenas uma pequena amostra das lista de longo periodo de espera para termos os jogos no Brasil com sua versão tropicalizada. Bottomline: Strike Three.
Para mim, esses problemas fazem ser muito difícil justificar racionalmente a compra de um jogo de uma editora nacional. E agora, vem a grande ironia da dessa situação. Mesmo com todos esses problemas, resolvi prestigiar a FLGS (Friendly Local Game Store) que tenho frequentado. E para minha surpresa surgiu mais um problema inusitado: a incompatibilidade entre as edições locais e estrageiras. Sim, você misturar as edições nacionais dos jogos e expansões compradas no exterior não é possível. Infelizmente gostaria muito que isso fosse uma situação única, mas não é. Vejam os dois exemplos dos dois jogos grandes que resolvi comprar no Brasil:
Summoner Wars: Eu já tinha alguns decks da edição americana e curtia bastante o jogo, mas o mapa de papel era muito ruim de jogar. Um camarada foi passar o Master set, que vem com um mapa montado, dele com virtualmente todos os expansion packs da primeira leva do jogo. Fiquei feliz da vida e comprei. Notei que no Brasil não sai os "Second Summoners" das facções, e menos ainda as expansões de duas facções. O que fiz, peguei alguns decks da versão americana para jogar. Assim que botei junto, o que noto, as cartas não são do mesmo tamanho. Portanto não posso montar os decks misturando cartas dos summoners separados porque facilmente sabemos o que está no topo do deck.
Raiders of the North Sea: Estava muito interessado nesse jogo a algum tempo. E na semana passada na Legion finalmente resolvi comprar um jogo nacional para dar suporte a loja. Qualidade ótima dos componentes, confesso ter lido as regras em inglês porque é mais natural para mim (lembre-se da razão que estou escrevendo esse blog!), então não posso falar sobre o qualidade do conteúdo das regras. Adorei o jogo, e resolvi expandir com o Hall of Heroes e o Field of Fame. Fui ingenuo de acreditar que já teria como pegar a edição brasileira, pois a versão em inglês das expansões já estão disponíveis lá fora a um bom tempo. Para piorar, por decisão da Garphill Games (a editora original que é da Nova Zelândia), as cartas da edição em inglês tem a parte de trás diferente das edições em outras línguas e isso não foi culpa da MeepleBR. Mas essa caracteristica, força os consumidores a ficarem na torcida de que a MeepleBR realmente cumpra a promessa e lance a expansão como informalmente discutido no You tube ( aproximadamente: 55 minutos). Infelizmente, nesse vídeo a impressão que dá é que isso e um grande talvez, e a MeepleBR não parece convencida de que isso é uma boa idéia. Resultado, vou comprar a versão em inglês com as expansões junto com os Architects of the West World lá de fora para ter confiança que não terei mais problemas. Depois de estar com eles em mãos vou decidir o que fazer com o jogo base em português - de repente um sorteio para os membros do Blog.

Até onde consegui descobrir conversando com outros amigos que participam do hobby, isso não é a norma, o que deixa um sendo um tremendo azar de escolher a dedo exemplos em que isso ocorre - o número que foi levantado foi superior a 10% dos jogos não serem compatíveis com sua versão estrangeira. Note, que com 10%, eu tinha 1% de chance disso ocorrer. Infelizmente, essa má experiência me deixou muito insatisfeito, e difícil de justificar o hábito de comprar a versão nacional de jogos grandes, pois até onde descobri, existe uma série de promessas quebradas, alguns pontos de resistência insistindo em produtos de baixa qualidade (felizmente parece que isso tem reduzido muito), preços caros demais e falta de compromisso de continuar suportando os produtos já lançados através do lançamento de expansões dentro de um prazo razoável.
Para não dizer que todas as experiências foram negativas, comprei o The Flow of History aqui no Brasil, e felizmente o jogo tem exatamente o mesma conteúdo que a edição da TMG, inclusive com o manual em inglês. Dessa forma posso ter paz de espiríto por saber que o jogo integrará com qualquer potencial expansão para o jogo lançado pela TMG sem ter de me preocupar se a expansão vai sair no Brasil em aproximadamente 2 meses após o lançamento americano ou se não vai nem sair.
Só para deixar documentado. Após receber mais detalhes sobre o que afundou no barco, nao foi o Rebellion. Então ele foi lançado aqui no Brasil agora no Final de 2018, com 2 anos de atraso. Alguem sabe algo sobre o lançamento da expansão do Rebellion?